sábado, 18 de fevereiro de 2012

ENCONTROS PARA LIBERDADE, de Lilian Farias

Título: Encontros para Liberdade
Autor: Lilian Farias
Editora: Multifoco
Número de páginas: 88
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SINOPSE:
“Encontros para a liberdade” se desenvolve em um turbilhão de sentimentos, em facetas representadas por duas personagens e o que as cercam, com desejos, sonhos, lembranças, descobertas e inquietações marcando um encontro em que histórias paralelas se unem pelo mesmo ideal: liberdade! Mas, o que é a liberdade? O que aprisionava Dolores e Clarice para que o encontro pudesse salvar suas almas encarceradas? Ao adentrarmos nos mundos distintos dessas duas jovens, mergulhamos numa profusa miscigenação de anseios, lutas, estratégias de sobrevivência. A história de duas mulheres que unidas pelo destino resolvem aflorar todo fluxo de sobrevivência do "ser", do corpo, da alma, da mente, que advém quando se é permitido ser livre. Liberdade, essa, assemelhada a quem saboreia o voo das borboletas.

“ O coração de uma mulher nunca deveria deixar de ser menina.” (pg. 52)

Como me identifiquei com esta frase do livro  Encontros para Liberdade, de Lilian Farias! O livro é forte, sofrido e muito poético. A autora mostra que sabe escrever e que tem um estilo próprio.

A obra conta a hisória de duas mulheres ligadas por um destino bem peculiar. Uma é praticamente o oposto da outra, mas mesmo assim com muitas coisas em comum, talvez a própria essência feminina, que permeia toda mulher, mesmo que esta não tenha consciência dela.  Lilian retrata o ser mulher de uma forma bem profunda o que inegavelmente enaltece a sua trama.
 “ Foram para um motel. Quem diria, Dolores em um motel? Ela estava se sentindo uma prostituta, adorou a sensação, queria saber tudo o que elas sabiam, o mais rápido possível, queria todos os segredos de mulheres. Não compreendia porque via as prostitutas com caras tão tristes, mas isso era muito para a sua mente limitada compreender...” (pg.79)

A autora ousa na narrativa em que escolheu fazendo um paralelo da vida das duas protagonistas. Vai ao passado, volta ao presente, narra trajetórias de vários personagens em capítulos específicos. Mas Lilian ousa mais ainda quando em um mesmo capítulo mistura as passagens das personagens . Mesmo assim, o  tempo todo parece  que as duas histórias nunca irão se encontrar, mas Lilian dá o xeque-mate no leitor com um final surpreendente e instigante, que ao meu ver enriquece de maneira sublime a obra.

“Quem criou as gaiolas vendeu a própria alma, quem se submete a uma gaiola não possui alma. Os caminhos podem parecer estranhos, mas são o batismo do homem para consigo, calar-se para si é suicídio mórbido e gradual, que pode ser abruptamente corrigido quando nos permitimos “ser”. E para “ser” é necessário, cá dentro, o perdão contínuo por tudo que deixamos de fazer.”(pg. 67)

Um livro sensível, bem cuidado e profundo!


Este autor faz parte do Clube de Novos Autores

Resenha por Anna Leão